quinta-feira, 20 de junho de 2013

Ser marido é mais do que ter uma mulher... II


        Ao descobrir que a garota mais linda que já conheci era irmã de meu amigo, ficou um misto de dúvida e felicidade, dúvida por parecer que o contato com o amigo era só interesse nela ( foi comentário de diversos colegas), felicidade por tê-la encontrado de novo. Naquele momento tudo que interessava era poder ficar próximo daquela casa, conviver e vê-la sempre!

       Mas como a vida é uma caixinha de surpresas... tive que sair de circulação por um longo período devido a um tratamento médico ortopédico.

       Passei pelo momento difícil do tratamento e logo em seguida me engajei em um curso de datilografia ( isso mesmo, máquina de escrever) e outro de escrita fiscal, o que me ocupava o dia todo e ainda estudava à noite. Como naquela época o ensino médio era privilégio de poucos bairros, a linda moça estudava no centro da cidade e eu permaneci no bairro, o que impossibilitava visitar sua casa.

        Como a vida realmente passa rápido, passaram-se dois anos e meio desde que nos conhecemos, já em meados de 1992 e eu estava me encaminhando para a conclusão do ensino fundamental, era época de se preparar para o famigerado vestibulinho do ensino médio que preocupava (e assustava) a maioria dos jovens. 
       Neste alvoroço de situações ( adolescência, atividades e compromissos), algo me deixava feliz de vez em quando, a minha musa inspiradora comparecia às reuniões da escola para tratar das questões do irmão dela, substituindo sua mãe que por trabalhar o dia todo não tinha como fazê-lo, o que me dava a chance de vê-la! E eu aproveitava a situação para ficar um pouquinho mais com ela, sendo cavalheiro e acompanhando-a até próximo de sua casa ( a certa distância para evitar o risco de encontrar o pai dela), sem conseguir dizer qualquer coisa relacionada aos meus sentimentos para com ela. 

         Finalmente chegou o fim de 1992, foi o momento que vivi uma aventura bastante interessante, mas que vou resumir para não desviar o foco, para concluir o ensino fundamental ( naquela época, o Ginásio), a diretora respeitável dona Miriam Regina Sutilo Grigolon, me pediu que avisasse à minha mãe que minha certidão de nascimento estava ilegível, portanto precisaria de outra. 

        No início da década de 90 eu, como a maioria das pessoas comuns ( leia-se sem dinheiro), não tinha meios de facilitar ou contornar o mundo real, por isso precisaríamos obter de alguma difícil o novo documento para que eu me formasse. 

        Concluindo, aos dezesseis anos de idade embarquei para uma viagem de São Paulo a Belo Horizonte sozinho, sem nunca ter saído antes para tão longe! 

         Consegui o documento a duras custas e retornei agora pronto para apresentá-lo e poder me inscrever no vestibulinho e disputar a vaga para alguma boa escola de ensino médio ( antigo Colegial). 

        Para minha surpresa, bem no final de novembro foi anunciado que estava extinto o vestibulinho e que as matrículas para o colegial seriam feitas por ordem de chegada na escola escolhida! Neste momento houve uma mobilização dos amigos para procurarem escolas razoáveis para todos, só para citar alguns deles: Cleber, Saulo, Demétrio, Jones, Paulo, Marco Aurélio, Sílvia e outros mais. 

         A primeira expedição foi ao Colégio Jornalista Wandick Freitas, ao lado da prefeitura de Taboão, sem êxito, as senhas já haviam sido distribuídas, retornamos para o Antônio Inácio Maciel no Jd. Maria Rosa, idem, fomos para o Lúcia de Castro na Vila Iasi, na mesma, aí que um do grupo lembrou do Colégio Laurita Ortega Mari, no Jardim Clementino, corremos todos para lá!

          As senhas seriam entregues na manhã seguinte, quem estivesse presente seria contemplado! Não sei o que seria dos jovens de hoje se fosse necessário esse esforço para estudar, pois nos determinamos a dormir na frente da escola até amanhecer, foi o que fizemos! 

Como a violência não era nem comparável com os dias de hoje, a noite transcorreu tranquilamente e de manhã nos enfileiramos diante da escola para obter a senha! Sucesso! Cada um pegou sua senha, mas não foi o final, ficamos aguardando até às 15:00 para efetivar a matrícula. 

           Para minha felicidade, Ela veio com sua mãe para trazer os documentos de seu irmão e alguma coisa para ele comer. Adorei! Tive novamente o prazer de vê-la de perto! Linda e simpática como a conheci! E passa-se para uma nova fase... Agora inicia-se a jornada em busca do amor de minha vida!
 Continua...

Um comentário: